Olhe nos olhos.
Por que os olhos de quem sempre busca a conquista é diferente?
Percebe o brilho, o foco que se apresenta logo a frente e que nada consegue desviar?
Desde pequeno o Rei olhava assim, de forma diferente.
Nem olhos de águia tinham determinação parecida.
Olhava como quem enxergava o amanhã, límpido, sem névoa alguma, enquanto outros tentavam enxergar o hoje e muitos ainda não tinham nem visto o que ontem se passara.
Rei dos olhos à frente do tempo.
Rei com olhos que só a bola sabia obedecer.
Tal qual a Medusa, poucos ousavam olhar pro Rei.
Sabe o olhar direto do tipo olho no olho?
Pois bem, ninguém ousava.
O olhar atravessado poderia de alguma forma provocar o cara que fazia de todos seus súditos e se direcionado a ele, petrificava.
O Rei passeava pelo gramado, deixando estátuas de quem segundos antes resolveu afrontá-lo.
Ainda garoto, vi o Rei algumas vezes…
A distância da arquibancada me permitia a proteção de não ser tornado pedra ao olhar demasiado.
O Rei corria, levantava os braços, organizava, ordenava e por vezes humilhava.
O Rei podia tudo.
Parava guerras, fazia gols que não se imaginava possíveis, recebia personalidades em pleno banho, expulsava árbitros e colocava a sua mercê uma infinidade de fãs.
Dono do domínio mais perfeito que alguém de carne e osso teve sobre uma bola.
E quem diria que o menino nascido pobre no interior de Minas Gerais, mesmo que muitos insistam ter vindo de outra galáxia, pudesse atingir o topo do esporte que mais apaixona gente por esse Planeta?
Pelé usou poucas camisas, mas as que estiveram com ele, tal qual a linha que a Individual apresenta, acabaram no universo do inesquecível.
E que tal nos falar um pouco do momento mais inesquecível que você tem em lembrança quando o assunto é o Rei?
Autor convidado: Roney Altieri.